quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Consciência Vocal no Canto Infantil


Sabe-se que entre os fatores de risco para a voz na infância, temos o exerço de gritos característicos do comportamento da maioria das crianças e também distúrbios ressonantais (som da voz) providos de crises alérgicas, obstruções de vias áreas e etc. Mas, a minha consideração nesse post será mais voltada em relação à voz cantada, como um agravante, quando NÃO SE TEM A CONSCIÊNCIA NECESSÁRIA para entender que cobranças de volume e práticas do canto com tensões, podem contribuir para um possível processo disfônico, uma piora de voz com alteração orgânica, ou uma possível lesão.

Para ser objetivo e direto, separei três pontos importantes relacionados à consciência vocal para o canto infantil.

1 - COMPENSAÇÃO FONATÓRIA: Ao observar aspectos básicos de fala e prolongamento de vogal é possível detectar em uma considerável quantidade de crianças, qualidade vocal rouca e soprosa, demonstrando indícios de voz desgastada. Gostaria de chamar atenção para esses aspectos pelo fato de que quando se pede para uma criança dessas cantar, nem sempre essas características de voz rouca serão identificadas por ouvidos NÃO TREINADOS, pelo fato da criança realizar compensações musculares, ou seja, ajustar a voz para esconder as quebras e defeitos, muitas vezes acompanhado com esse processo então o ato de pigarrear constantemente antes da emissão, e tossidas corriqueiras provenientes do ressecamento do trato vocal (boca seca) por falta do hábito de hidratação (tomar água no dia-a-dia ou nos ensaios). 

2 - USO DE AR RESIDUAL: As crianças que exercem a função de cantar em corais, muitas vezes quando NÃO RECEBEM UM TREINAMENTO RESPIRATÓRIO, usarão em demasia o que chamamos de ar residual, que seria popularmente falando “o ultimo fôlego” para terminar as frases cantadas. Isso contribui para uma “voz forçada” e hiperconstrição das pregas vocais, ou seja, um aperto desnecessário para conseguir cantar com firmeza.

3 - SOLICITAÇÃO DE VOLUME: É característico dos instrutores/coordenadores de corais quererem uma soma de voz com presença e potencia/volume, o CANTAR FORTE, e realmente musicalmente falando, isso chama atenção e valoriza o canto coral. MAS, É PRECISO ESTÁ ATENTO, pois nem sempre os corpos, ou seja, os organismos das crianças, me refiro a capacidade técnica, estão PREPARADOS, onde esse preparo NÃO SE ADQUIRI COM QUALQUER TREINO VOCAL. Pois, um treino vocal não embasado e não consciente podem agravar problemas vocais pelos pontos anteriormente citados: COMPENSAÇÃO FONATÓRIA E USO DE AR RESIDUAL entre outros.

Concluo falando, que é preciso que os pais e adultos que tem contatos com crianças em percebem uma voz dificultada, PRECISAM DAR IMPORTÂNCIA PARA ISSO, e buscar profissionais adequados para o ACOMPANHAMENTO E TRATAMENTO. Lembrem-se, isso NÃO É MENOS IMPORTANTES, nossa voz é nossa identidade, é nosso instrumento de comunicação, de expressão de sentimentos, e quando está afetada traz incômodos em outras dimensões de nossa qualidade de vida. Lembre-se que o falar fácil para a sua criança é importante assim com é pra você.

Qualquer dúvida ou esclarecimento sobre o assunto, estou à disposição.



Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Direção Vocal - Missionário Dênes Souza – Considerações Sobre Condicionamento Vocal Individualizado



A proposta de condicionamento vocal individualizado atende as demandas e necessidades especificas do aluno. Fornecendo a prática com exercícios direcionados para benefício funcional. Com o missionário Denes Souza foi buscado propiciar um melhor fechamento glótico para controle de fluxo transglótico (Reter o fluxo de ar com menos resistência de prega vocal), e como benefício artístico, uma reconfiguração do trato vocal para melhor expressividade.

 Seguindo o principio de aperfeiçoamento nesse caso, o efeito prático “imediato” pode ser apresentado das seguintes formas: 

Na autorreferência, autopercepção do aluno em relatar melhora, e maior conforto no canto. 
Na qualidade vocal, que fornece dados do comportamento da fonte, pois de inicio por consequência da ativação e/ou desativação muscular, o comportamento vocal fornecerá características fisiológicas positivas ou negativas, o importante é que dará as coordenadas do que se pode trabalhar de possibilidades para o aluno. 
Na diminuição de ajustes impróprios, que contribuirá entre outros aspectos com a naturalidade de expressividade recorrente da produção vocal mais facilitada.
No aumento de plasticidade vocal com melhor aplicação do gama total, e estabilidade laríngea permitindo que os registros aconteçam sem interrupções.


As modalidades da prática vocal foram aplicadas com os seguintes objetivos:

Prática de gama tonal favorecendo o campo dinâmico e contração do CT (Glissando em vibração sonorizada de língua: exercício de trepidação vocal)
Exercitação isométrica com ajuste palatal para modificação de foco de ressonância (Emissão de vogal aberta e sucessivamente vogal hiposanal para aumento de tonicidade e ativação do véu palatino: Constrição velofaríngea) 
Facilitação de produção vocal com estimulo proprioceptivo do nível de pressão aérea com equilíbrio de resistência vocal em humming (Som facilitador nasal para retardo do fluxo ar por efeito da ressonância retroflexa, levando a menor esforço a nível glótico).
Ativação de memória sonora a partir da prática de postura de semioclusão do trato vocal (Juntamente com a solicitação de postura cervical favorecedora a prática em semioclusão do trato vocal fornece equilíbrio e sintonia entre as pressões supra e subglótica).

Demonstrando emissão com maior estabilidade de frequência, o aluno mostrou melhor acesso ao registro de peito com pressão aerodinâmica adequada e equilíbrio ressonantal. Uma ressalva: A solicitação de articulação mais vertical foi utilizada, por que se trata do primeiro momento do aluno, então para fins didáticos e para contribuir inicialmente para sua memória sonora e entender qual ajuste pode acessar para o equilíbrio de ressonância, utilizou-se juntamente com a semioclusão do trato vocal o “canto mais vertical” não característico do popular. É indicado que, apresentando  maior coordenação pneumofonoarticulatória e ativação do apoio suporte, os ajustes articulatórios em seu sentido horizontal sejam introduzidos.  


PRINCIPAIS REFERÊNCIAS:

CROAKE et al, Immediate Effects Of The Vocal Function Exercises Semi- Occluded Mouth Posture On Glottal Airflow Parameters:A Preliminary Study, The Voice Foundation, 2016
CIELO et al, Exercícios De Trato Vocal Semiocluído: Revisão De Literatura, São Paulo; Rev. CEFAC. 2013
PEREIRA, Eliane Cristina et al, Efeito Imediato De Técnicas Vocais Em Mulheres Sem Queixa Vocal, São Paulo; Rev. CEFAC. 2011
BEHLAU, Mara et al, Condicionamento Vocal Individualizado Para Profissionais Da Voz Cantada – Relato De Casos, São Paulo; Rev. CEFAC. 2014 
REIMANN, Ana Paula et al, Efeito Imediato Da Terapia Manual Laríngea Em Indivíduos Disfônicos, Säo Paulo; USP-Bauru; 2015. p. 62.



Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal




quinta-feira, 28 de julho de 2016

Estabilidade e Aprimoramento do CT

Foi um prazer acompanhar essa emissão, contribuir para a descoberta de nuanças. Escutar esse canto de expressão com bastante aproveitamento de ressonância, de certa forma ajustar a transição para o foco laringofaríngeo.

A primeiro momento em 2011, foi introduzido as ferramentas técnicas básicas de apoio, sobrearticulação e mecanismo de ataque. Jo Bernardo sempre explorou um repertório que utilizada bastantes as “notas de ataque”. Mesmo demonstrando firmeza glótica a nível de emissão, foi trabalhado a estabilidade visando uma melhor afinação principalmente no final de uma progressão melódica. Em 2015, conseguimos investir em um treinamento de dinâmica, buscando a idéia de quebra vocal e melhor resposta do CT, com um formante que destacasse a ressonância de cabeça caracterizando um pouco mais a emissão dos estilos de um repertório mais romântico.

Melhor Ação do TA, Vogais Nasais e Frip Vocal (Estabilidade)

Aproveitando a articulação maturada, buscamos uma melhor quebra de ressonância, visando estabilidade laríngea nas prolongações e abertura de orofaringe, moderando a colocação aberta buscada em outras práticas para ter melhor projeção. É relevante enfatizar que melhor ação do TA ajudara para que os graves sejam emitidos com naturalidade (Mix Voice). Trabalhamos também o intervalo de 6ª maior apresentado na canção diminuindo o frip vocal consideravelmente, somando com propriocepção em dinâmica e comportamento glótico. 

Considerações: 

- Estética Vocal: instabilidade em emissões prolongadas (oscilação), Impressão de voz comprimida, ineficiência funcional de pressão aérea expiratória. 

- Postura: Ombros tensos, elevação de laringe para impostação dos agudos.

- Emissão pós- aquecimento e orientação vocal: Graves com clareza, agudos com leveza, melhor conexão de cabeça, melhor fonoarticulação, precisão do mecanismo de apoio em semivogais.

- Música para treino: Minha Oferta (DMD)


Melhor Ação do CT e Diminuição de Soprosidade

Foi trabalhado os ressoadores supraglóticos e a colocação vocal precisamente com foco mais faríngeo, vocalizamos com ataque bilabial e condicionamos uma pressão expiratória maior, alcançando mais massa no processo vocal e encontrando uma ressonância interessante para os graves sem inconsistência sonora.

Considerações:

- Estética Vocal: Soprosidade e discreta rugosidade com dificuldade na mecânica expiratória para emissão de agudos (apoio suporte).

- Postura: Região cervical e ombros tensos.

- Emissão pós- aquecimento e orientação vocal: Maior precisão articulatória, estabilidade nos agudos, projeção vocal, melhor quebra de voz e estiramento de pregais vocais.

- Música para treino: Renova-me (Clássico Cristão)

Aumento de Formates e Frequência Fundamental


Visando um condicionamento para projeção com aumento de pitch vocal, com o estimulo do fricativo e usando dinâmicas de aquecimento inicialmente, foi proporcionada a diminuição de tensão cervical. A importância e consciência desse treino estão justamente em aumentar a referência da própria emissão, para que a aluna psicoacusticamente tenha percepção ao semitonar nos finais frases e descriminar melhor a oitava que deve se basear em cada tom.

sábado, 16 de julho de 2016

@AulasCoachMax - Aluno Ailton - Estabilidade Laríngea

Os benefícios da estabilidade laríngea a nível fisiologia são: a possibilidade da ginástica precisa da musculatura intrínseca, e a nível sonoro e ressoador, a uniformidade nas transições de frequências graves para agudas precisamente.

“Quanto maior for o grau de fechamento das pregas vocais acompanhado de aumento do fluxo aéreo impulsionado pela cinta abdominal, maior será a intensidade do som produzido.” (PACHECO & BAÊ, 2006)

Para essa apresentação do aluno Ailton foram sugeridos ajustes articulatórios que valorizassem a conexão de ressonância, para que pudéssemos dinamizar a intensificação de toda a canção, acrescentando gradativamente pressão subglótica e elevação de formante.

Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal

@AulasCoachMax - Alunas Luciana e Mariana - Apoio (Pressão de ar)


Forma de didática para explicar a importância do aumento de pressão subglótica para o controle de intensidade:

“Em alguns momentos quando, por exemplo, cantamos notas agudas, precisamos enviar o ar à região da laringe com um pouco mais de vigor e o uso do apoio irá nos ajudar. O mesmo ocorre quando queremos aumentar o volume/intensidade da voz.” (PACHECO & BAÊ, 2006, p. 21)

“Na verdade precisamos aprender que, além de pressionar esta musculatura para dentro, é importante conseguir mantê-la parada entre os vários momentos em que os apoios são necessários para uma determinada frase musical. A sustentação da musculatura pélvica realizada entre os apoios é de grande importância para a firmeza e sustentação da coluna de ar.” (PACHECO & BAÊ, 2006, p. 22)

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal


@AulasCoachMax - Aluno Jair Rezende - Projeção Vocal

Dentro desse tempo de treinamento já conseguimos resultados bastante positivos de impostação vocal para Luciana, contribuindo para um referencial sonoro no momento do canto e ampliando o alcance vocal que ela sempre relatava ser pequeno em qualquer sessão de refrão, nas canções do repertório do grupo de oração. Com o uso consciente da costodiafragmática e o apoio suporte encontramos uma conexão nos níveis de ressonância, principalmente valorizando a voz de peito tirando aquela impressão de emissão infantilizada. 

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal

@AulasCoachMax - Aluna Luciana - Apoio Pélvico

Dentro desse tempo de treinamento já conseguimos resultados bastante positivos de impostação vocal para Luciana, contribuindo para um referencial sonoro no momento do canto e ampliando o alcance vocal que ela sempre relatava ser pequeno em qualquer sessão de refrão, nas canções do repertório do grupo de oração. Com o uso consciente da costodiafragmática e o apoio suporte encontramos uma conexão nos níveis de ressonância, principalmente valorizando a voz de peito tirando aquela impressão de emissão infantilizada. 

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal


@AulasCoachMax - Aluno Ailton - Ajustes Facilitadores

Foi visado aperfeiçoar ajustes facilitadores para controle de intensidade e sincronia aerodinâmica expiratória com maior ativação da musculatura adutadora principalmente pensando na glote posterior que valoriza o empuxo, prevenindo de ataques bruscos no começo da emissão, e amenizando a sobrecarga do músculo vocal (TA) que é formado por fibras do tipo II (consideráveis mais fadigáveis), e diminuindo o acesso de tensão do CT, caracterizando um modo de fonação mais fluído. 

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal

@AulasCoachMax - Aluna Karol - Fonoarticulação e Voz de Peito

Quando trabalha-se com instrução vocal é preciso estar em estudo e laboratório constante para melhor eficácia e evolução do trabalho. Somos pessoas diferentes, nosso psicoemocional é diferente, nossa predisposição fisiológica é diferente, e a bagagem cultural também. O desenvolvimento da habilidade do cantar é de dependência multifatorial. Nessa visão a determinação e a consciência do que se estar fazendo, e conhecendo de si mesmo, são primordiais. 

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal

@AulasCoachMax - Aluna Mariana - Projeção Vocal e Modo de Fonação


Para iniciarmos a trabalhar a projeção vocal desejada, foi visado contribuir e adequar primeiramente a emissão, com diminuição de hipercinesia, aumento de eficiência glótica, coordenação pneumofônica com o aperfeiçoamento da respiração costodiafragmática abdominal e aumento de pressão subglótica com o treinamento do apoio suporte. Hoje estamos focados nas configurações favorecedoras para a projeção vocal, já incrementando as quebras de registro e transitando do modo neutro para o fluído dinâmico.

Metodologia:

Didaticamente, com o objetivo de atender pretensões de iniciantes no canto e cantores de demanda vocal. Tenho baseado o trabalho de condicionamento vocal em três níveis de consciências:

• Nível proprioceptivo: Estimulação da musculatura oral, e desativação da hipercinesia da musculatura extrínseca, construindo para melhor emissão levando a uma sensibilidade auditiva das frequências propostas na canção, com malhação da musculatura intrínseca.

• Nível Biomecânico-sonoro: Aproveitamento de ressonância vocal com o treinamento fonoarticulatório, contribuindo para o alargamento do trato vocal e estabilidade laríngea.

• Nível perceptivo-dinâmico-musical: Flexibilidade melódica com a noção de quebra vocal e atividade equilibrada do CT, buscando dar condições para que a laringe fique em alerta nas transições para as frequências agudas. 

Maxwell Silva 
Pesquisador e Coach Vocal


@AulasCoachMax - Aluno Jair Rezende - Fonação e Nitidez Vocal


São vários os fatores que podem influenciar no som vocal. Considerando a vibração das pregas vocais e o trato vocal, podemos destacar a falta de fechamento posterior, a aproximação das pregas vestibulares, irregularidade do ciclo vibratório provido de fadiga vocal e os diferentes comportamentos da faringe em suas divisões.

É uma satisfação ouvir a emissão do aluno Jair Rezende com essa nitidez e com equilíbrio de esforço. Ele corista, tem buscado desenvolver sua fisiologia com o objetivo de atender a demanda do coral, tem conseguido por meio de sua dedicação alcançar resultados que se estendem do cantar a fala usual, isso tem lhe proporcionado ter uma expressão vocal melhor, eis aí o maior benefício.

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal


@AulasCoachMax - Aluno Luciana - Coaptação Glótica e Adequação de Filtro

Na emissão falada foi percebido presença de rugosidade e discreta soprosidade. No condicionamento foram utilizadas ferramentas para favorecer a coaptação glótica, o abaixamento de laringe para amplificação de harmônios pela adequação da postura cervical, firmeza glótica e treino de pressão expiratória, resultando na consistência em emissões graves e na estabilidade vocal. 

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal


@AulasCoachMax - Aluna Mariana - Emissão x Projeção

Não é apenas mecânica, postura e consciência. Para se alcançar as configurações laríngeas que contribuem para um regular ciclo vibratório, é preciso ter a sensibilidade de se trabalhar visando ter um resultado exclusivamente do filtro, pois pode estar acontecendo uma irregularidade a nível glótico por falta de estimulação dos músculos adutores podendo mascarar o que realmente deveria se treinar, por isso que busco separar emissão e projeção em estágios. Ao trabalhar a emissão, buscaremos favorecer a coaptação glótica, o aumento de massa e atividade dos músculos tensores. Dando seguimento com o aumento da pressão subglótica e o aperfeiçoamento respiratório costodiafragmático despertará a projeção, com essencial melhora da ressonância vocal. 

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal


@AulasCoachMax - Aluno Rhafael - Ressonância Vocal e Consciência Muscular

O resgate do detalhamento fisiológico possibilita a compreensão/comprovação do que se instrui vocalmente, considerando sempre a biomecânica e o trajeto do som pelo nosso corpo na intenção da emissão cantada. O objetivo de aprimorar/adquirir a técnica envolve o aperfeiçoamento psicológico, abstração, equilíbrio emocional e várias dimensões pessoais que influenciam diretamente com a adaptação humana, chamada cantar. Esse relacionamento direto das habilidades musicais com a base científica se torna cada vez mais concreta, possibilitando desenvolver métodos que proporcionam melhor aproveitamento de tempo no processo de condicionamento vocal em “desvendar a arte do canto de forma consciente”. (PACHECO & BAÊ, 2006)

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal


@AulasCoachMax - Treinamento Vocal - Consciência Muscular - Oitavas


Musculatura intrínseca x Oitavas distintas (Canção: Tudo Posso - Ponte)


Oitava feminina:

Intenção de atividade predominante do CT para tensão e estiramento de pregas vocais no registro de cabeça, favorecendo a diminuição de soprosidade e o aumento de pressão subglótica.


Oitava masculina:

Intenção de atividade predominante do CAL e A, para adução precisa da glote posterior, favorecendo a diminuição de pressão subglótica e frequência fundamental, que estaria aumentada com a atividade do CT e com maior pressão subglótica. Nesse caso foi visado diminuir a loudness sem ceder na coaptação glótica caracterizando o modo de voz fluida.


Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal


@AulasCoachMax - Aluna Aline - Propriocepção, Afinação e Intensidade

Para contribuir com a propriocepção do iniciante ao canto, é preciso instruí-lo a encontrar a configuração mais favorecedora do trato vocal, a fim de adquirir resultados na afinação com aproveitamento sonoro na emissão vocal. Isso em nível psicoemocional dará suporte para que o mesmo tenha concepção do seu próprio rendimento, considerando o tempo de condicionamento e a reeducação vocal alcançada.

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal

@AulasCoachMax - Aluno Rhafael - Ressonância


A qualidade vocal não depende exclusivamente da fonação (vibração das pregas vocais) e sim de todo o trato vocal, teoria fonte e filtro, Fant (1960). Ao filtro podemos chamar também de fonte friccional, Behlau e Russo, 1999. A fricção é caracterizada pela aproximação das estruturas musculares do trato vocal o deixando mais estreito, isso resultará em agrupamentos de harmônicos constituindo os formantes. 

Cada pessoa demonstra um tipo de ressonância vocal, primeiro pela divergência anatômica, e seguinte, fisiologicamente, por causa do foco sonoro utilizado constantemente, e no momento de emissão cantada as estruturas se comportam de forma diferente da voz falada, mostrando na maioria das vezes que a frequência fundamental não é apresentada da mesma forma, com o mesmo “colorido” usado na fala.

Além do condicionamento muscular, a partir da referencia psicoacústica, foi visado mudar o foco de ressonância de Rhafael Cunha com objetivo de contribuir para imagem pessoal positiva do aluno/cliente. Isso valorizará um equilibro psicológico para emissão cantada sem hipercinesias e contrações involuntárias que desequilibram a emissão vocal. 


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal



@AulasCoachMax - Aluno João Ewerton - Apoio e Resistência Glótica


“Diante de fortíssimos e agudíssimos há maior necessidade de pressão sub-glótica, controlada por aumento do fluxo aéreo e da adução glótica; por outro lado, graves e pianíssimos têm necessidades opostas” (PINHO, 1999).

“Para uma fonação normal, é essencial que as forças aerodinâmicas estejam equilibradas com as forças mioelásticas da laringe, de modo que o resultado não seja uma fonação demasiadamente soprosa ou excessivamente tensa.” (OLIVEIRA, 2000, p.12)

“A fase expiratória é totalmente efetuada pela elasticidade das forças inerentes ou passivas.” (OLIVEIRA, 2000, p. 19)

“Segundo Quinteiro, 1989, no Brasil, as técnicas respiratórias mais usadas estimulam o uso da barriga, ou melhor, treina-se o aluno para que projete o ventre para a frente, como melhor técnica de respiração e apoio. A procedência de tal prática é muito antiga no Brasil. Vamos encontrar uma das ligações com essa prática na história do canto e da grande influência que o bel canto exerceu em nosso país. As práticas da escola italiana de canto foram muito apreciadas entre nós, encontrando múltiplos seguidores, que se mantêm ativos até os dias atuais. Depois do bel canto, outras escolas ocorreram, mas sem grandes representantes. Percebemos hoje, dentro do canto, a busca das práticas alemãs, em que o ventre é usado como apoio, para dentro (barriguinha de praia) mas não como fole.” (OLIVEIRA, 2000, p. 21)

Referência: 
OLIVEIRA, Mayra Carvalho. Diversas Técnicas De Respiração Para O Canto, Salvador; CEFAC, 2000


sexta-feira, 15 de julho de 2016

@AulasCoachMax - Trio G.O. Rios de Água Viva - Canção: Pão e Vinho

Quero externar minha satisfação em ver a evolução desses diamantes que tenho lapidado. É motivador ter essa devolutiva de meu trabalho, e perceber o quanto vale a pena lutar constantemente para fornecer algo de qualidade, sistematizado e com embasamento científico, sempre. Contribuindo para a consciência fiel sobre o que se precisa trabalhar, sem meios termos, e constatar que é possível trabalhar as habilidades do canto a partir de um condicionamento preciso de nosso instrumento, a voz.

Considerações técnicas:

Lucas: Diminuição de constrição faríngea e hipercinesia muscular cervical.

Mariana: Precisão na habilidade pneumofonoarticulatória, aperfeiçoamento de extensão melódica a partir do aproveitamento de ressonância e estabilidade laríngea.


Karol: Diminuição de hipernasalidade, melhor resposta de afinação a partir do trabalho sistematizado de percepção auditiva associado com propriocepção muscular.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal



@AulasCoachMax - Alunas do Grupo de Oração Rios de Água Viva - RCC

O que é conhecido popularmente como timbre vocal, é um conjunto de características que definem cada qualidade vocal. Isso tem relação com o formato facial, o diâmetro do trato vocal (cavidade nasal, cavidade oral, supraglote e faringe), e a disposição de rigidez do tecido mole. Quando nos referimos á atividade do canto, consideramos essencialmente a posição laríngea, o nível de constrição das paredes faríngeas, o fechamento velofaringeano e a translação mandibular (Não enfatizando nessa fase de emissão). Ou seja, a voz falada adequadamente aceitável precisa ser enfatizada na emissão cantada, a partir de um treinamento sistematizado, e ajustes específicos para colocações vocais específicas.

Considerações técnicas:

Karol: Diminuição de hipernasalidade, melhor resposta de afinação a partir do trabalho sistematizado de percepção auditiva associado com propriocepção muscular.

Mariana: Precisão na habilidade pneumofonoarticulatória, aperfeiçoamento de extensão melódica a partir do aproveitamento de ressonância e estabilidade laríngea.


Luciana: Melhor coaptação glótica e eficiência expiratória com aumento de intensidade e diminuição de desconforto vocal causado pela hipercinesia da musculatura cervical.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal


@AulasCoachMax - Aluna Mariana - Diminuição de Constrição Faríngea

As Influências dos mecanismos supralaríngeos, laríngeos e infralaríngeos na sonoridade e no ganho de intensidade vocal, estabelecem a emissão vocal como consequência basicamente da transformação das forças aerodinâmicas em acústicas. Isso significa que o nível de pressão expiratória, juntamente com o nível de resistência de fechamento de pregas vocais (glótico), influencia diretamente no aproveitamento sonoro.

Um dos destaques na orientação vocal para a aluna Marina é a busca pela diminuição de constrição faríngea. Para isso, é preciso se trabalhar uma reeducação muscular com o apoio suporte.

- Prática envolvida:

- Aumento de pressão subglótica a partir da fonte friccional semiocluida, proporcionando coaptação glótica, e a princípio isométrico, malhação dos músculos tensores.

- Equilíbrio de Loudness para alargamento de trato vocal a partir da diminuição de constrição nas paredes faríngeas proporcionando aproveitamento de harmônicos, propriocepção sonora e equilíbrio de emissão em registro modal.


- Consciência melódica com estabilidade laríngea ativando contração muscular da musculatura da cinta abdominal, para não constringir a faringe com hipercinesia muscular nas ascendências melódicas.

Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal


terça-feira, 28 de junho de 2016

Conceituação Do Aperfeiçoamento Respiratório Na Didática Vocal - Eficácia no Canto



        A adaptação dos mecanismos de respiração para a atividade voluntária do canto requer uma conscientização da importância do fluxo expiratório e da capacidade de armazenamento de ar na atividade vocal. Com a influência do canto belting na pedagogia vocal brasileira começou-se a perceber que o treinamento respiratório ideal, não deve está ligado especificamente apenas à aquisição do “fôlego” e sim na ativação de grupos musculares responsáveis em preservar a região cervical de hipersinesias, e para aumentar a potência vocal a partir do controle subglótico.

Quando falamos de técnica de RESPIRAÇÃO, nos referimos à busca de um melhor armazenamento de ar, com isso nossa atenção está voltada a INSPIRAÇÃO. Quando falamos de técnica de APOIO, nos referimos ao aumento de pressão subglótica para melhor desempenho sonoro e estabilidade vocal, e quando falamos de FÔLEGO, nos referimos ao CONTROLE EXPIRATÓRIO, ou seja, a partir da eficiência glótica, com adequada coaptação e aumento de massa nas pregas vocais temos a constância do ganho de intensidade juntamente com o domínio do tempo de fonação, preservando-nos do uso do ar residual.

Didaditamente tenho disciplinado meus alunos a nomear e organizar essa biomecânica da respiração em três mecanismos respiratórios: apoio, controle e ataque, este ultimo está relacionado a um impulso proposital na transição rápida para frequências agudas principalmente quando se usa intervalos entre quintas, oitavas e compostos (acima da oitava).

Sintetizando a relação entre a respiração costodiafragmática abdominal com o apoio pélvico/suporte, relacionamos o benefício intercostal com o afastamento das costelas à técnica genuína de RESPIRAÇÃO, e ao benefício pélvico tendo-se a consciência do monitoramento da região de inserção dos músculos abdominais com a concentração de contração influenciando na velocidade e pressão do fluxo aéreo, à técnica do APOIO PÉLVICO.

Com apenas o treinamento para o “fôlego”, para se atingir notas e frases longas na canção, não alcançaríamos outros parâmetros vocais como estabilidade, potência e aumento de frequência fundamental, além dos registros modais. Isso quer dizer que para a eficácia vocal no canto precisamos da técnica respiração para benéfico inspiratório e da técnica de apoio para benefício expiratório. 


Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal

sábado, 25 de junho de 2016

Coordenação Pneumofônica - Fonação Eficiente Para Progressão Melódica Associado À Técnica De Apoio Suporte

O ar como material aerodinâmico é a matéria prima para a fonação. A função vital da respiração é a troca gasosa, mas quando a utilizamos para produção do som, considerando o efeito Bernoulli na parte superior do percurso em níveo supraglótico, entenderemos que a eficiência para aumento do níveo de pressão sonora depende de um aumento de pressão expiratória, com isso não estamos falando apenas de uma atividade de troca involuntária do ar em nosso dia-a-dia, e sim, de um mecanismo intencional, aumento de força expiratória. Mas uma adaptação do ser humano, função vital em prol da eficácia vocal.

“Á medida que os pulmões inflam, os músculos da inspiração diminuem sua atividade de maneira gradativa, colocando em ação as forças passivas da expiração.” (PACHECO & BAÊ, Equilíbrio Entre o Corpo e Som, 2006)

O aumento da pressão expiratória resultará no aumento da pressão subglótica, levando ao aumento de massa, musculatura adutora em ação, aumento de pressão sonora sem a necessidade de desgaste vocal, e com a passividade das estruturas supralaríngeas acontecerá à amplificação sonora, temos assim a emissão vocal.

Foi buscado proporcionar um condicionamento vocal para o aluno Jair, primeiramente proprioceptivo sobre as hipersinesias desnecessárias e sobre a relação com a qualidade rugosa na fala e no canto. Gradativamente temos conseguido estabilidade laríngea para ganho de projeção sem desgaste. Jair é corista, tem demanda vocal, principalmente pelo repertório da missa ser consideravelmente extenso e a solicitação de volume pelo regente ser ativa. Dois pontos cruciais para o trabalho sistematizado de projeção vocal para preservação de comportamento vocal prejudicial e desgaste.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal



Cantar - Consciência psicoemocional e Técnica

Aluna Aline Santos

É muito satisfatório ver seu crescimento gradativo durante esse tempo de condicionamento Aline. Quando adquirimos a sensibilidade de como nossa fisiologia se comporta na intenção da produção vocal, tudo começa a fazer sentido. Isso significa desenvolver a habilidade vocal sem dependência da intuição, é realmente saber o que acontece e por que acontece de tal forma em tal momento. Somos seres multidimensionais, formados de psico, emoção e biomecânica, ou seja, além do desenvolvimento fisiológico muscular visamos alcançar uma maturidade á nível psicoemocional para intencionalmente usarmos funções vitais em prol de uma habilidade, o canto.



Alunas do Grupo de Oração Rios de Água Viva - RCC

Cada um de nós tem uma disposição orgânica, isso interfere dizer também que o comportamento de nossa fisiologia também se difere. Nossas peculiaridades na emissão vocal dependem de vários fatores, entre eles o nível de consciência de se próprio (propriocepção), o nível de desenvolvimento muscular na ação (técnica) e nível de sensibilidade e consciência auditiva para ajustes motores adequados em cada frequência (percepção musical). Esses parâmetros se relacionam com nossa predisposição, condição corporal e experiência. Esse pensamento também embasa o sentido de um condicionamento vocal sistematizado que visa trabalhar a pessoa em várias dimensões, com isso as possibilidades começam a ser percebidas com facilidade.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal

terça-feira, 21 de junho de 2016

@AulasCoachMax - Considerações Sobre Condicionamento Para Estética Vocal


Muitos cantores com demanda vocal aperfeiçoam empiricamente ajustes vocais para atender o estilo que admira e que precisa exercer. Essas configurações supraglóticas com sentido estético atendem as expectativas do cantor e do público, enquanto sonoridade e alcance vocal. Mas, se considerarmos o fator comportamento vocal veremos que determinadas maneiras de se atingir tal proposta, está potencializando o desgaste vocal, que para muitos que não tem demanda se torna mascarado (não percebível). Quando buscamos equilibrar a consciência de saúde vocal para voz cantada, precisamos enfatizar que a mesma conduta que um falante sem demanda vocal teria, não vai proporcionar a assessoria com eficácia necessária para um cantor, que por ofício tem exigência de determinado som, com determinado volume. Então, o fator diferencial em questão é o condicionamento vocal para estética de tal voz cantada, visando possibilitar postura cervical, treinamento glótico e pneumofônico necessário. Pois, nem toda voz que apresenta potência vocal elevada tem boa projeção.


Estamos desenvolvendo um treinamento que atenda a demanda do Repertório do Cantor Daniel Novato, com objetivo de não apenas proporcionar o aquecimento ideal, mas além dos ajustes motores necessários, visamos conhecer as possibilidades de repertório a partir do rendimento vocal.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal

domingo, 19 de junho de 2016

Método Proprioceptivo-Dinâmico para Condicionamento de Voz Cantada - Considerações de Laboratório com Luciana Soares (Grupo de Oração Rios de Água Viva)

- Nível:

Proprioceptivo: Estimulação da musculatura oral, e desativação da hipercinesia de musculatura extrínseca, construindo para melhor emissão, levando a uma sensibilidade auditiva das frequências propostas, com malhação da musculatura intrínseca.

- Prática envolvida:

- Aumento de pressão subglótica a partir da fonte friccional semiocluida, proporcionando coaptação glótica, e a princípio isométrico, malhação dos músculos tensores.

- Equilíbrio de Loudness para alargamento de trato vocal a partir da diminuição de constrição nas paredes faríngeas proporcionando aproveitamento de harmônicos, propriocepção sonora e equilíbrio de emissão em registro modal.

- Consciência melódica com estabilidade laríngea ativando contração muscular da musculatura da cinta abdominal, para não constringir a faringe com hipercinesia muscular nas ascendências melódicas.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Método de Proprioceptivo-Dinâmica para Condicionamento de Voz Cantada – Considerações de Laboratório com Jair Rezende (Coral Homens que Louvam o Senhor)



Acompanhar o irmão Jair Rezende tem me proporcionado uma devolutiva objetiva quanto o efeito fisiológico de cada exercício, e de como é importante está ciente sobre o sentido da aplicabilidade enquanto treino e condicionamento. Associado a isso, temos os fatores psicogênicos, a forma com que o aluno entende e expressa às dificuldades, e a imagem acústica enquanto propriocepção em cada evento vocal, e que o mesmo tem, sobre se mesmo.  
Se considerarmos a vertente fisiológica na amplificação do som, ou seja, o comportamento da fonte friccional, Belhau e Russo (1993). Estamos nos referindo ao nível de constrição das paredes faríngeas, a disposição do esfíncter velofaringeano e ao aproveitamento do fluxo expiratório. Mas para que tudo isso aconteça, ou seja, o automatismo na dinâmica vocal aconteça, consideramos o fator psicoemocional que pode influenciar positivo ou negativamente no aperfeiçoamento dessa coordenação.
Isso conduz a refletir que a emissão mesmo estando associada à projeção vocal, enquanto disposição muscular, se separada no procedimento de condicionamento vocal psico, emocional e proprioceptivo, que consequentemente com o automatismo gerado pela ginástica vocal, no sentido isométrico, resultará na dinâmica, na potencialização da expressão por meio da linguagem cantada.



Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal

segunda-feira, 30 de maio de 2016

CONTINUAÇÃO, Parte 02 - Considerações Sobre Orientação Vocal com Aluno Jair Rezende (Coral Homens que Louvam o Senhor)

Segundo Iêda Russo e Mara Behlau, 1993 “se retificarmos o trato vocal, criaremos um cilindro de aproximadamente 17 cm de comprimento e 4 cm de diâmetro.” Essa medida nos mostra que por mais que a fonte (vibração de prega vocal) esteja debilitada poderemos ter uma amplificação considerável do som (filtro/fonte friccinonal), proporcionando uma execução básica para determinadas canções, aproveitando a pressão do fluxo aéreo para menos esforço muscular.

Podemos ampliar esse cilindro (trato vocal) funcionalmente, estabilizando posição da laringe e utilizando a translação de mandíbula nas vogais e medialização labial nas semivogais. E em nível de fonte é importante proporcionar um ginástica gradativamente não intensa, para os músculos tensores das pregas vocais. Visando um automatismo de massa  e proporcionando mais firmeza nas frequências graves, que por falta de coaptação glótica podem “quebrar” com qualidade soprosa.

Tenho visado em minha metodologia dar atenção separada para a emissão a primeiro momento para conseguirmos eficiência na projeção tão buscada para coristas e solistas. Isso tem nos dado resultados bastante positivos na dinâmica vocal.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal


domingo, 29 de maio de 2016

Considerações Sobre Orientação Vocal com Aluno Jair Rezende (Coral Homens que Louvam o Senhor) - Parte 01

É importante ressaltar que nosso foco no treinamento vocal não é apenas sugerir exercícios e práticas, “passar receita” pra cantar. Muito mais importante que isso, é a partir do momento que se traça um perfil sobre a qualidade vocal do falante, a instrução vocal focará em como proporcionar ferramentas facilitadoras para o desenvolvimento de uma percepção de si mesmo. Com isso, se torna bastante explicito o quanto a emissão vocal depende das estruturas musculares e do material aero dinâmico na fonte friccional.

Existem pessoas que já apresentam em sua voz falada sinais de fadiga, mesmo isso sendo negativo no sentido de dificuldade em deixar a voz constante ao canto, isso também é positivo, no sentido de reconhecimento da necessidade de um treinamento sistematizado, visando o comportamento de sua fisiologia. Pois existem cantores, coristas que passam por eventos de incapacidade vocal em emitir determinadas frequências, e utilizam de maneiras desgastantes para emiti-las, como o uso exacerbado do volume. Mas comumente com coristas, esse volume é solicitado para a soma das vozes, o mesmo dispõe do aumento de intensidade concentrando a força a nível faríngeo pela hipercinesia em nível cervical com pressão expiratória insuficiente. Enfatizamos esse comportamento para dizer que, mesmo que esteja mascarado, e seja mais tardio o aparecimento de alguma debilidade vocal no canto, essas práticas errônias acarretarão em desvios funcionais posteriormente.

Temos contemplados resultados bastante positivos na emissão de Jair Rezende. Quero parabenizá-lo pelo seu empenho em se retificar constantemente, dando o devido crédito ao que é decidido em aula. Aos poucos com um treinamento sistematizado temos conseguido diminuir as quebras vocais involuntárias na emissão, e rugosidade, com aumento da eficiência glótica ao executar a extensão melódica de cada canção.

Minhas considerações para o condicionamento dessa voz vão ser expressas por partes, mostrando a evolução gradativa do aluno. Nessa primeira parte, veremos o quanto é importante a noção da postura cervical para a emissão vocal. E na questão prática, o condicionamento de pressão expiratória tem influencia direta na eficiência de vibração de pregas vocais pela regulação da pressão a nível subglótico.



Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal


sábado, 28 de maio de 2016

Considerações sobre do aperfeiçoamento de Ressonância e Afinação (Condicionamento Vocal da Aluna Karolaine)

Para se trabalhar uma voz é necessário estratégias sonoras, para influenciar o aluno a sentir a melhor emissão com menor esforço, isso será essencial para posteriormente despertar uma projeção impostada. Esse condicionamento de inicio é ativamente auditivo, tanto para chamar a atenção do falante para uma colocação vocal com ressonância equilibrada quanto para esclarecer deslizes na afinação. Tenho percebido que essa relação é cada vez mais estreita, a afinação acontece quando é encontrada a emissão mais plena. É como se mesmo que o som for bem abstraído a nível auditivo e neural, se não for usado a amplificação precisa a afinação não acontecerá. Isso implica dizer que um ressoador com superfícies rígidas enfatizará uma sonoridade alta/aguda, isso pode dificultar o falante em perceber quando está “fora do tom”.

Não tem como separar o treino auditivo do condicionamento de emissão, não só pelo fato que o aluno tem que perceber as diferença de altura das notas. Mas sim, para que se crie a sensibilidade sonora, de se convencer que quanto mais equilibrada for a acústica teremos uma reposta de freqüência melhor, na exatidão das notas e no foco ressonador. Por exemplo, ao deixarmos a ressonância mais oral teremos além de mais graves uma facilidade de leveza cervical, ao contrário quando o foco ressonador está mais nasal na maioria das vezes é provido de uma ressonância faríngea acentuada pelo próprio diâmetro desse ressoador, fazendo com que a pessoa não consiga emitir a nota que percebe (audição) e abstraiu (processamento auditivo), mesmo usando o movimento laríngeo exato (afinação).

Na colocação vocal da aluna Karolaine foi percebido que quanto mais proporcionarmos um equilíbrio de ressonância oral terá melhor resposta de afinação, e que nesse momento de condicionamento de emissão qualquer presença de constrição trará grande influência na afinação principalmente por sua tendência a hipernasalidade. Conseguimos balancear a ressonância tendo melhor desempenho melódico na extensão da canção Pão e Vinho - Ministério Amor e Adoração.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal



terça-feira, 24 de maio de 2016

Considerações sobre Uso Desvantajoso de Estruturas Supralaríngeas (Apresentação de Rendimento Vocal - Aluna Sidnéia)

Quebras involuntárias na emissão prolongada e certa característica “ruidosa” eventualmente presente no canto, podem estar sendo providas, funcionalmente, do mau uso das estruturas supraglóticas. Vários fenômenos podem influenciar nesse fator, como considerável aproximação de pregas vestibulares, constrição das paredes faríngeas junto com hipersinesia da musculatura extrínseca. A associação desse comportamento fisiológico, com posteriorização de língua, pode deixar o foco excessivamente faríngeo, que na maioria das vezes está acompanhado de hipernasalidade.

Não é suficiente apenas, mecanicamente proporcionar o treino de translação mandibular (abertura de boca), essa biomecâmica só nos dará a devolutiva favorecedora de projeção, se a emissão, nos referindo ao comportamento das estruturas musculares, estiver favorecendo a amplificação do som antes de ser exteriorizado por meio das vogais.

No trabalho exclusivamente de emissão vocal, usamos as ferramentas práticas que proporcionam a sensibilidade e percepção, pela relação do som com a fisiologia ativada no momento do canto. Por exemplo: Se a laringe estiver bem posturada, posição estável, com nivelamento de intensidade, a translação de mandíbula sucessivamente contribuirá ainda mais para ressonância vocal.

Acompanhado de um bom treinamento de apoio suporte, investimos em dinâmicas musculares para o aumento de propriocepção da musculatura cervical, práticas voltadas para a evidência da ressonância de fala, e melhor colocação das ascendências melódicas.

Alguns dos resultados adquiridos durante esse tempo de instrução vocal, na emissão da aluna Sidnéia:

·         Redução de nasalidade
·         Melhor consciência melódica
·         Desenvolvimento de habilidade pneumofonoarticulatória
·         Considerável desativação de constrição faríngea


Maxwell Silva
Pesquisador Vocal e Coach



domingo, 22 de maio de 2016

Adequação do Timbre: Fisiologia e Estética



O aproveitamento sonoro, ou seja, aquele timbre adequadamente esperado quando se canta, se dá pela favorável amplificação de harmônicos. Sistematicamente falando, existe o som provido da vibração das pregas vocais denominado por alguns autores por tom glótico, e os harmônicos que são encontrados, por exemplo, no próprio espaço da faringe (garganta), esses representam múltiplos da frequência dos ciclos de vibração das pregas vocais (frequência fundamental). Para melhor entendimento temos aqui uma explicação sobre trato vocal:

“Trato vocal é o nome genérico dado ao conjunto de cavidades e estruturas que participam diretamente da produção sonora; tem como limite inferior a região glótica e como limite superior, os lábios e/ou as narinas, no caso dos sons nasais. Se retificarmos o trato vocal, criaremos um cilindro de aproximadamente 17 cm de comprimento e 4 cm de diâmetro.” (RUSSO & BEHLAU, 1993)

A teoria de produção da voz Fonte Filtro (FANT, 1960) enfatiza justamente a influência do percurso do som depois de gerado o material aero dinâmico (o ar) em direção a fonte de gênese do som (as pregais vocais), ou seja, a eficiência e os aspectos sonoros da voz não dependem apenas de treino respiratório, vibração correta de pregas vocais sendo fenômeno passivo a respiração e controle de intensidade, é preciso ser trabalhado a consciência harmônica da emissão, usando como referência a sensação muscular, precisamente da musculatura cervical que tem contato direto com o comportamento da ressonância de cada voz.

Resgate na memória a característica do som do apito, sua sonoridade aguda tem relação direta com sua estrutura, estreito e curto, ou seja, menos harmônicos, ou uma série harmônica extremamente resumida. Agora, compare o som do violão com o cavaquinho, destaque a diferença de sonoridade, o violão por ser um instrumento maior, principalmente no seu corpo, demonstra um som mais balanceado de grave e agudo que podem ser monitorados manualmente pela disposição do braço longo, dando possibilidades distintas de som. Enquanto o cavaquinho, instrumento pequeno e curto demonstra exclusividade pelos agudos. É importante ressaltar que estamos falando de frequência e não de intensidade, que nem sempre são proporcionais em si, ou seja, podemos ter tanto frequências agudas e graves com baixa e alta intensidade. Um som grave pode ser mais forte que um som agudo e visse versa.

Em relação ao trabalho vocal, é ativamente correlacionado a frequência com a intensidade. Existem treinos que vão favorecer mais um parâmetro do que outro, mas é preciso no momento da emissão cantada que a atenção e compreensão sonora do falante estejam voltadas as sensações das estruturas supraglóticas e concepção da fonte sonora pela precisão do fluxo de ar ao projetar a voz. Isso favorecerá tanto a mecânica/fisiologia quanto a/o estética/timbre.

Maxwell Silva
Pesquisado e Coach Vocal