A adaptação dos mecanismos de
respiração para a atividade voluntária do canto requer uma conscientização da
importância do fluxo expiratório e da capacidade de armazenamento de ar na
atividade vocal. Com a influência do canto belting na pedagogia vocal
brasileira começou-se a perceber que o treinamento respiratório ideal, não deve
está ligado especificamente apenas à aquisição do “fôlego” e sim na ativação de
grupos musculares responsáveis em preservar a região cervical de hipersinesias,
e para aumentar a potência vocal a partir do controle subglótico.
Quando falamos
de técnica de RESPIRAÇÃO, nos referimos à busca de um melhor armazenamento de
ar, com isso nossa atenção está voltada a INSPIRAÇÃO. Quando falamos de técnica
de APOIO, nos referimos ao aumento de pressão subglótica para melhor desempenho
sonoro e estabilidade vocal, e quando falamos de FÔLEGO, nos referimos ao
CONTROLE EXPIRATÓRIO, ou seja, a partir da eficiência glótica, com adequada
coaptação e aumento de massa nas pregas vocais temos a constância do ganho de
intensidade juntamente com o domínio do tempo de fonação, preservando-nos do
uso do ar residual.
Didaditamente
tenho disciplinado meus alunos a nomear e organizar essa biomecânica da
respiração em três mecanismos respiratórios: apoio, controle e ataque, este
ultimo está relacionado a um impulso proposital na transição rápida para
frequências agudas principalmente quando se usa intervalos entre quintas, oitavas
e compostos (acima da oitava).
Sintetizando a
relação entre a respiração costodiafragmática abdominal com o apoio
pélvico/suporte, relacionamos o benefício intercostal com o afastamento das
costelas à técnica genuína de RESPIRAÇÃO, e ao benefício pélvico tendo-se a
consciência do monitoramento da região de inserção dos músculos abdominais com
a concentração de contração influenciando na velocidade e pressão do fluxo aéreo,
à técnica do APOIO PÉLVICO.
Com apenas o
treinamento para o “fôlego”, para se atingir notas e frases longas na canção,
não alcançaríamos outros parâmetros vocais como estabilidade, potência e
aumento de frequência fundamental, além dos registros modais. Isso quer dizer
que para a eficácia vocal no canto precisamos da técnica respiração para
benéfico inspiratório e da técnica de apoio para benefício expiratório.
Maxwell
Silva
Pesquisador
e Coach Vocal
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