É importante
ressaltar que nosso foco no treinamento vocal não é apenas sugerir exercícios e
práticas, “passar receita” pra cantar. Muito mais importante que isso, é a
partir do momento que se traça um perfil sobre a qualidade vocal do falante, a
instrução vocal focará em como proporcionar ferramentas facilitadoras para o
desenvolvimento de uma percepção de si mesmo. Com isso, se torna bastante
explicito o quanto a emissão vocal depende das estruturas musculares e do
material aero dinâmico na fonte friccional.
Existem
pessoas que já apresentam em sua voz falada sinais de fadiga, mesmo isso sendo
negativo no sentido de dificuldade em deixar a voz constante ao canto, isso
também é positivo, no sentido de reconhecimento da necessidade de um
treinamento sistematizado, visando o comportamento de sua fisiologia. Pois
existem cantores, coristas que passam por eventos de incapacidade vocal em
emitir determinadas frequências, e utilizam de maneiras desgastantes para
emiti-las, como o uso exacerbado do volume. Mas comumente com coristas, esse
volume é solicitado para a soma das vozes, o mesmo dispõe do aumento de
intensidade concentrando a força a nível faríngeo pela hipercinesia em nível
cervical com pressão expiratória insuficiente. Enfatizamos esse comportamento
para dizer que, mesmo que esteja mascarado, e seja mais tardio o aparecimento
de alguma debilidade vocal no canto, essas práticas errônias acarretarão em
desvios funcionais posteriormente.
Temos
contemplados resultados bastante positivos na emissão de Jair Rezende. Quero parabenizá-lo
pelo seu empenho em se retificar constantemente, dando o devido crédito ao que
é decidido em aula. Aos poucos com um treinamento sistematizado temos
conseguido diminuir as quebras vocais involuntárias na emissão, e rugosidade, com
aumento da eficiência glótica ao executar a extensão melódica de cada canção.
Minhas
considerações para o condicionamento dessa voz vão ser expressas por partes,
mostrando a evolução gradativa do aluno. Nessa primeira parte, veremos o quanto
é importante a noção da postura cervical para a emissão vocal. E na questão
prática, o condicionamento de pressão expiratória tem influencia direta na
eficiência de vibração de pregas vocais pela regulação da pressão a nível
subglótico.
Maxwell
Silva
Pesquisador
e Coach Vocal
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