A hipercinesia
muscular é uma característica bastante presente em estilos de canto que
necessitam de projeção vocal ativa e presente para entusiasmar e “levantar a
galera, ou seja, um suposto “peso” maior nos agudos. Inicialmente é
aconselhável trabalhar a propriocepção da musculatura extrínseca por ser mais
sensitível ao falante, buscando uma determinada idéia de “desativação”, proporcionando
uma ginástica intrínseca para o TA e demais músculos aproximadores das pregas
vocais, responsáveis pela massa, e o CT que junto com TA tenciona contribuindo
para a eficiência glótica em frequências que requer aproveitamento maior do
fluxo aerodinâmico.
O treino com a
técnica de sobrearticulação trouxe bastante eficácia e objetividade no condicionamento
da voz do Cantor Mailson, que de maneira inata sempre se inspirou com esse
repertório sertanejo, principalmente o “das antigas” onde os intervalos
melódicos eram bem maiores e as oitavas eram mais ocorrentes na canção. Uma
coisa bastante presente em sua emissão de cara, era a potência, mas pela
associação excessiva com a elevação de laringe e constrição faríngea
apresentava já a presença de fadiga tendo como comportamento pouca resistência
vocal, isso deixa a ceder a performance do cantor da noite, que canta esse tipo
de repertório constante, durante horas e muitas vezes no outro dia já tem show
marcado.
É importante
ter a consciência que existem ferramentas que vão proporcionar o aproveitamento
do brilho vocal, mais relacionado aos agudos, fazendo conexão dos harmônicos
que dão cor, relacionado às freqüências graves e ao registro de peito, abrindo
um viés para o canto belting que tem o apoio suporte bastante presente. Na
emissão de Mailson, tendo como base perceptiva a emissão falada, já apresenta
uma clareza peculiar, isso faz com que sua impostação fique mais aproximada do
twang do que para o belting, claro que o apoio suporte está presente nos
ataques melódicos.
Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal
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