O aproveitamento
sonoro, ou seja, aquele timbre adequadamente esperado quando se canta, se dá
pela favorável amplificação de harmônicos. Sistematicamente falando, existe o
som provido da vibração das pregas vocais denominado por alguns autores por tom
glótico, e os harmônicos que são encontrados, por exemplo, no próprio espaço da
faringe (garganta), esses representam múltiplos da frequência dos ciclos de
vibração das pregas vocais (frequência fundamental). Para melhor entendimento temos
aqui uma explicação sobre trato vocal:
“Trato
vocal é o nome genérico dado ao conjunto de cavidades e estruturas que
participam diretamente da produção sonora; tem como limite inferior a região
glótica e como limite superior, os lábios e/ou as narinas, no caso dos sons
nasais. Se retificarmos o trato vocal, criaremos um cilindro de aproximadamente
17 cm de comprimento e 4 cm de diâmetro.” (RUSSO & BEHLAU, 1993)
A teoria de
produção da voz Fonte Filtro (FANT, 1960) enfatiza justamente a influência do
percurso do som depois de gerado o material aero dinâmico (o ar) em direção a
fonte de gênese do som (as pregais vocais), ou seja, a eficiência e os aspectos
sonoros da voz não dependem apenas de treino respiratório, vibração correta de
pregas vocais sendo fenômeno passivo a respiração e controle de intensidade, é
preciso ser trabalhado a consciência harmônica da emissão, usando como
referência a sensação muscular, precisamente da musculatura cervical que tem
contato direto com o comportamento da ressonância de cada voz.
Resgate na
memória a característica do som do apito, sua sonoridade aguda tem relação
direta com sua estrutura, estreito e curto, ou seja, menos harmônicos, ou uma série
harmônica extremamente resumida. Agora, compare o som do violão com o
cavaquinho, destaque a diferença de sonoridade, o violão por ser um instrumento
maior, principalmente no seu corpo, demonstra um som mais balanceado de grave e
agudo que podem ser monitorados manualmente pela disposição do braço longo,
dando possibilidades distintas de som. Enquanto o cavaquinho, instrumento
pequeno e curto demonstra exclusividade pelos agudos. É importante ressaltar
que estamos falando de frequência e não de intensidade, que nem sempre são
proporcionais em si, ou seja, podemos ter tanto frequências agudas e graves com
baixa e alta intensidade. Um som grave pode ser mais forte que um som agudo e
visse versa.
Em relação ao
trabalho vocal, é ativamente correlacionado a frequência com a intensidade. Existem
treinos que vão favorecer mais um parâmetro do que outro, mas é preciso no momento
da emissão cantada que a atenção e compreensão sonora do falante estejam
voltadas as sensações das estruturas supraglóticas e concepção da fonte sonora
pela precisão do fluxo de ar ao projetar a voz. Isso favorecerá tanto a
mecânica/fisiologia quanto a/o estética/timbre.
Maxwell
Silva
Pesquisado
e Coach Vocal