terça-feira, 28 de junho de 2016

Conceituação Do Aperfeiçoamento Respiratório Na Didática Vocal - Eficácia no Canto



        A adaptação dos mecanismos de respiração para a atividade voluntária do canto requer uma conscientização da importância do fluxo expiratório e da capacidade de armazenamento de ar na atividade vocal. Com a influência do canto belting na pedagogia vocal brasileira começou-se a perceber que o treinamento respiratório ideal, não deve está ligado especificamente apenas à aquisição do “fôlego” e sim na ativação de grupos musculares responsáveis em preservar a região cervical de hipersinesias, e para aumentar a potência vocal a partir do controle subglótico.

Quando falamos de técnica de RESPIRAÇÃO, nos referimos à busca de um melhor armazenamento de ar, com isso nossa atenção está voltada a INSPIRAÇÃO. Quando falamos de técnica de APOIO, nos referimos ao aumento de pressão subglótica para melhor desempenho sonoro e estabilidade vocal, e quando falamos de FÔLEGO, nos referimos ao CONTROLE EXPIRATÓRIO, ou seja, a partir da eficiência glótica, com adequada coaptação e aumento de massa nas pregas vocais temos a constância do ganho de intensidade juntamente com o domínio do tempo de fonação, preservando-nos do uso do ar residual.

Didaditamente tenho disciplinado meus alunos a nomear e organizar essa biomecânica da respiração em três mecanismos respiratórios: apoio, controle e ataque, este ultimo está relacionado a um impulso proposital na transição rápida para frequências agudas principalmente quando se usa intervalos entre quintas, oitavas e compostos (acima da oitava).

Sintetizando a relação entre a respiração costodiafragmática abdominal com o apoio pélvico/suporte, relacionamos o benefício intercostal com o afastamento das costelas à técnica genuína de RESPIRAÇÃO, e ao benefício pélvico tendo-se a consciência do monitoramento da região de inserção dos músculos abdominais com a concentração de contração influenciando na velocidade e pressão do fluxo aéreo, à técnica do APOIO PÉLVICO.

Com apenas o treinamento para o “fôlego”, para se atingir notas e frases longas na canção, não alcançaríamos outros parâmetros vocais como estabilidade, potência e aumento de frequência fundamental, além dos registros modais. Isso quer dizer que para a eficácia vocal no canto precisamos da técnica respiração para benéfico inspiratório e da técnica de apoio para benefício expiratório. 


Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal

sábado, 25 de junho de 2016

Coordenação Pneumofônica - Fonação Eficiente Para Progressão Melódica Associado À Técnica De Apoio Suporte

O ar como material aerodinâmico é a matéria prima para a fonação. A função vital da respiração é a troca gasosa, mas quando a utilizamos para produção do som, considerando o efeito Bernoulli na parte superior do percurso em níveo supraglótico, entenderemos que a eficiência para aumento do níveo de pressão sonora depende de um aumento de pressão expiratória, com isso não estamos falando apenas de uma atividade de troca involuntária do ar em nosso dia-a-dia, e sim, de um mecanismo intencional, aumento de força expiratória. Mas uma adaptação do ser humano, função vital em prol da eficácia vocal.

“Á medida que os pulmões inflam, os músculos da inspiração diminuem sua atividade de maneira gradativa, colocando em ação as forças passivas da expiração.” (PACHECO & BAÊ, Equilíbrio Entre o Corpo e Som, 2006)

O aumento da pressão expiratória resultará no aumento da pressão subglótica, levando ao aumento de massa, musculatura adutora em ação, aumento de pressão sonora sem a necessidade de desgaste vocal, e com a passividade das estruturas supralaríngeas acontecerá à amplificação sonora, temos assim a emissão vocal.

Foi buscado proporcionar um condicionamento vocal para o aluno Jair, primeiramente proprioceptivo sobre as hipersinesias desnecessárias e sobre a relação com a qualidade rugosa na fala e no canto. Gradativamente temos conseguido estabilidade laríngea para ganho de projeção sem desgaste. Jair é corista, tem demanda vocal, principalmente pelo repertório da missa ser consideravelmente extenso e a solicitação de volume pelo regente ser ativa. Dois pontos cruciais para o trabalho sistematizado de projeção vocal para preservação de comportamento vocal prejudicial e desgaste.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal



Cantar - Consciência psicoemocional e Técnica

Aluna Aline Santos

É muito satisfatório ver seu crescimento gradativo durante esse tempo de condicionamento Aline. Quando adquirimos a sensibilidade de como nossa fisiologia se comporta na intenção da produção vocal, tudo começa a fazer sentido. Isso significa desenvolver a habilidade vocal sem dependência da intuição, é realmente saber o que acontece e por que acontece de tal forma em tal momento. Somos seres multidimensionais, formados de psico, emoção e biomecânica, ou seja, além do desenvolvimento fisiológico muscular visamos alcançar uma maturidade á nível psicoemocional para intencionalmente usarmos funções vitais em prol de uma habilidade, o canto.



Alunas do Grupo de Oração Rios de Água Viva - RCC

Cada um de nós tem uma disposição orgânica, isso interfere dizer também que o comportamento de nossa fisiologia também se difere. Nossas peculiaridades na emissão vocal dependem de vários fatores, entre eles o nível de consciência de se próprio (propriocepção), o nível de desenvolvimento muscular na ação (técnica) e nível de sensibilidade e consciência auditiva para ajustes motores adequados em cada frequência (percepção musical). Esses parâmetros se relacionam com nossa predisposição, condição corporal e experiência. Esse pensamento também embasa o sentido de um condicionamento vocal sistematizado que visa trabalhar a pessoa em várias dimensões, com isso as possibilidades começam a ser percebidas com facilidade.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal

terça-feira, 21 de junho de 2016

@AulasCoachMax - Considerações Sobre Condicionamento Para Estética Vocal


Muitos cantores com demanda vocal aperfeiçoam empiricamente ajustes vocais para atender o estilo que admira e que precisa exercer. Essas configurações supraglóticas com sentido estético atendem as expectativas do cantor e do público, enquanto sonoridade e alcance vocal. Mas, se considerarmos o fator comportamento vocal veremos que determinadas maneiras de se atingir tal proposta, está potencializando o desgaste vocal, que para muitos que não tem demanda se torna mascarado (não percebível). Quando buscamos equilibrar a consciência de saúde vocal para voz cantada, precisamos enfatizar que a mesma conduta que um falante sem demanda vocal teria, não vai proporcionar a assessoria com eficácia necessária para um cantor, que por ofício tem exigência de determinado som, com determinado volume. Então, o fator diferencial em questão é o condicionamento vocal para estética de tal voz cantada, visando possibilitar postura cervical, treinamento glótico e pneumofônico necessário. Pois, nem toda voz que apresenta potência vocal elevada tem boa projeção.


Estamos desenvolvendo um treinamento que atenda a demanda do Repertório do Cantor Daniel Novato, com objetivo de não apenas proporcionar o aquecimento ideal, mas além dos ajustes motores necessários, visamos conhecer as possibilidades de repertório a partir do rendimento vocal.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal

domingo, 19 de junho de 2016

Método Proprioceptivo-Dinâmico para Condicionamento de Voz Cantada - Considerações de Laboratório com Luciana Soares (Grupo de Oração Rios de Água Viva)

- Nível:

Proprioceptivo: Estimulação da musculatura oral, e desativação da hipercinesia de musculatura extrínseca, construindo para melhor emissão, levando a uma sensibilidade auditiva das frequências propostas, com malhação da musculatura intrínseca.

- Prática envolvida:

- Aumento de pressão subglótica a partir da fonte friccional semiocluida, proporcionando coaptação glótica, e a princípio isométrico, malhação dos músculos tensores.

- Equilíbrio de Loudness para alargamento de trato vocal a partir da diminuição de constrição nas paredes faríngeas proporcionando aproveitamento de harmônicos, propriocepção sonora e equilíbrio de emissão em registro modal.

- Consciência melódica com estabilidade laríngea ativando contração muscular da musculatura da cinta abdominal, para não constringir a faringe com hipercinesia muscular nas ascendências melódicas.


Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Método de Proprioceptivo-Dinâmica para Condicionamento de Voz Cantada – Considerações de Laboratório com Jair Rezende (Coral Homens que Louvam o Senhor)



Acompanhar o irmão Jair Rezende tem me proporcionado uma devolutiva objetiva quanto o efeito fisiológico de cada exercício, e de como é importante está ciente sobre o sentido da aplicabilidade enquanto treino e condicionamento. Associado a isso, temos os fatores psicogênicos, a forma com que o aluno entende e expressa às dificuldades, e a imagem acústica enquanto propriocepção em cada evento vocal, e que o mesmo tem, sobre se mesmo.  
Se considerarmos a vertente fisiológica na amplificação do som, ou seja, o comportamento da fonte friccional, Belhau e Russo (1993). Estamos nos referindo ao nível de constrição das paredes faríngeas, a disposição do esfíncter velofaringeano e ao aproveitamento do fluxo expiratório. Mas para que tudo isso aconteça, ou seja, o automatismo na dinâmica vocal aconteça, consideramos o fator psicoemocional que pode influenciar positivo ou negativamente no aperfeiçoamento dessa coordenação.
Isso conduz a refletir que a emissão mesmo estando associada à projeção vocal, enquanto disposição muscular, se separada no procedimento de condicionamento vocal psico, emocional e proprioceptivo, que consequentemente com o automatismo gerado pela ginástica vocal, no sentido isométrico, resultará na dinâmica, na potencialização da expressão por meio da linguagem cantada.



Maxwell Silva

Pesquisador e Coach Vocal