domingo, 10 de abril de 2016

A Projeção Vocal: O Poder da Voz


Quando se trata da emissão cantada, menos força é mais som! O que isso quer dizer? Uma voz que não foi disciplinada às mecânicas respiratórias propositais e ao exercício de “desativação” da contração excessiva dos músculos cervicais, levando a constrição (aperto) das paredes faríngeas. Faz com que de certa forma se pense que para emitir uma intensidade maior, ou seja, para usar a potência vocal necessite de força. Na verdade, sim, é necessário força, mas essa força estar relacionada as musculatura da cinta abdominal, pois esses músculos são formados por fibras mais fortes, a contração dessa musculatura para o fim fonatório, está relacionada ao aumentar da pressão expiratória. A força do cantor está na expiração, e a idéia é justamente transformar a pressão expiratória em pressão sonora, sem contrair excessivamente a musculatura cervical, que de certa forma impedi a ginástica precisa dos músculos que tem contato direto com as pregas vocais, a fonte sonora do cantor. Logicamente falando, o nosso trato vocal, o espaço responsável para que amplificação sonora aconteça, precisa se encontrar mais lago para termos melhor aproveitamento dos graves, lembrando que, quando me refiro ao grave, falo da característica do som da voz e não a alcance vocal.

Para esclarecer o que me inspirou a essa temática, gostaria de fazer uma citação que relata esse poder da projeção vocal numericamente, justificando a acústica da voz. A autora se refere à situação do cantor não fazendo uso do microfone, sobre o acompanhamento de uma orquestra completa, claro, que essa situação é característica do canto lírico, mas mostra claramente o poder da projeção vocal.

“ As orquestras sinfônicas têm parciais frequências (Frequências sucessoras à frequência fundamental) por volta de 500 Hz, decrescendo o nível de pressão sonora em direção aos agudos. O fato de o ouvido humano ser mais sensível aos sons agudos e da amplificação sonora do cantor ser nas regiões de 2.000 a 4.000 Hz explica o porquê deste não necessitar do uso de microfone para ser ouvido sobre uma orquestra.” (PINHO et al. 2007, Temas em Voz Profissional)


                                                                                                                                           Maxwell Silva
                                                                                                                       Pesquisador e Coach Vocal

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