segunda-feira, 25 de abril de 2016

Negatividades no Volume Mal Utilizado na Voz



“Nos sons de forte intensidade, deve ocorrer maior dilatação do trato vocal, evitando-se constrições parciais do trato, prejudiciais a emissão.” (OLIVEIRA, Valéria Leal et al. S/D, Temas em Voz Profissional)

Ao projetar a voz dependemos da fonação, e essa por sua vez depende de dois fenômenos básicos: Fechamento de Prega vocal (Coaptação glótica) e Aumento de pressão de ar nas pregas vocais (Fluxo aereodinâmica subglótico). Associado a isso precisamos ter consciência que os espaços por onde o som fonatório percorre precisam estar favoráveis, ou seja, alargados/dilatados. (Confira esse post, onde falei melhor sobre projeção: http://aulascoachmax.blogspot.com.br/2016/04/a-projecao-vocal-o-poder-da-voz.html).

Segundo Mulher não é necessário que haja muito volume na voz, mas sim expressividade e boa dicção, o que é comprovado por Hamam, Capiotto, e Gutiérrez ao afirmarem que o mais importante é as palavras serem precisamente bem articuladas, transmitindo expressividade. (PINHO, Sílvia M. Rebelo et al. 2007, Temas em Voz Profissional).

A expressividade em si já dar sentido a técnica de sobrearticulação, fornecendo melhor clareza ao falar e diminuição do esforço, pois o som não precisará de tensão á nível cervical para ser projetado. Em contra partida gostaria de frisar na necessidade de um aperfeiçoamento proprioceptivo referente às determinadas “forças” excessivamente usadas ao cantar, falar em público (Para várias pessoas, independente que seja com o microfone ou não) e utilizar a voz para encenar (Teatro), para desativação dessas contrações, consideravelmente desnecessárias no ato fonatório é sugerido trabalhar a ressonância vocal, que dará a devolutiva necessária ao consciente, ao sentir a voz com brilho e nitidez, sem cansaço.

SUGESTÃO DE EXERCÍCIOS: Sobrearticulação das vogais nessa ordem: A, E, Ó, ô, i, u e em seguida a técnica do humming. Após, transitar do som em humming para todas as vogais.

FISIOLOGIA BÁSICA DO GRITO “SEM TÉCNICA”

De acordo com Oliveira, quando o grito é produzido sem técnica vocal podemos observar forte fechamento glótico, constrição das pregas ariepiglóticas, forte tensão das paredes laterais e posteriores da faringe e retração da língua. (PINHO, Sílvia M. Rebelo et al. 2007, Temas em Voz Profissional).


Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Considerações sobre o Depoimento da Cantora Ziza Fernandes - Competência Perante um Problema Vocal



Assista o Vídeo!


É percebível no público leigo nesse assunto, certa dificuldade em entender a relação entre os problemas da voz e os procedimentos necessários para tratar, e entre esses a função do fonoaudiólogo nas diversidades de quadros problemáticos da voz. Em contra partida qual é o tratamento mais eficaz, entre o medicamentoso, cirúrgico ou terapêutico? Nesse último, a importância do fonoaudiólogo. Na verdade nenhum atua isoladamente e todos os procedimentos se complementam entre si. Meditando sobre o caso da Ziza Fernandes, cabe a pergunta: Mesmo com as pregas vocais (fonação) debilitadas ela consegue continuar com sua atuação no canto? E como fica a saúde? Bem, na verdade existem casos e casos. Nós temos estruturas acima das pregas vocais que muitas vezes são usadas erroneamente, fazendo com que aconteça uma compensação para emitir determinado som, isso é característico do envelhecimento vocal. No aparelho fonador saudável isso não entra em uso, a não ser em ajustes específicos para determinado efeito vocal. Já com fins sistemáticos e terapêuticos, esses ajustes podem ser utilizados para compensar de forma positiva uma fonação debilitada. Refiro-me, ao que chamamos de ajustes supraglóticos, que não tem só relação com a porção superior da laringe, mas também com as estruturas faríngeas, proporcionando a ressonância eficaz para emitir a voz cantada sem agravar uma disfonia, nesse caso, já identificada e determinada.
Tudo isso formam uma base científica justificando que a voz não é só intuição, ela depende essencialmente de mecânica fisiológica, junto com a consciência das sensações corporais (propriocepção) para ser usada.
Gostaria de concluir expressando que o objetivo de uma assessoria clínica vocal não é só a preservação da saúde, pois, quando se trata de um profissional da voz, entra em questão o aperfeiçoamento da estética vocal. Isso justifica que as ferramentas da técnica vocal, sob orientação profissional é a forma mais eficaz de remediar uma disfonia funcional, claro que, não é o caso da Ziza, mas mesmo assim temos aí, um exemplo que a voz não tem limite! E que as impossibilidades, podem ser trabalhadas, descobrindo assim uma compensação favorecedora e não geradora de agravamento do problema.

Maxwell Silva
Pesquisador e Coach Vocal

domingo, 10 de abril de 2016

A Projeção Vocal: O Poder da Voz


Quando se trata da emissão cantada, menos força é mais som! O que isso quer dizer? Uma voz que não foi disciplinada às mecânicas respiratórias propositais e ao exercício de “desativação” da contração excessiva dos músculos cervicais, levando a constrição (aperto) das paredes faríngeas. Faz com que de certa forma se pense que para emitir uma intensidade maior, ou seja, para usar a potência vocal necessite de força. Na verdade, sim, é necessário força, mas essa força estar relacionada as musculatura da cinta abdominal, pois esses músculos são formados por fibras mais fortes, a contração dessa musculatura para o fim fonatório, está relacionada ao aumentar da pressão expiratória. A força do cantor está na expiração, e a idéia é justamente transformar a pressão expiratória em pressão sonora, sem contrair excessivamente a musculatura cervical, que de certa forma impedi a ginástica precisa dos músculos que tem contato direto com as pregas vocais, a fonte sonora do cantor. Logicamente falando, o nosso trato vocal, o espaço responsável para que amplificação sonora aconteça, precisa se encontrar mais lago para termos melhor aproveitamento dos graves, lembrando que, quando me refiro ao grave, falo da característica do som da voz e não a alcance vocal.

Para esclarecer o que me inspirou a essa temática, gostaria de fazer uma citação que relata esse poder da projeção vocal numericamente, justificando a acústica da voz. A autora se refere à situação do cantor não fazendo uso do microfone, sobre o acompanhamento de uma orquestra completa, claro, que essa situação é característica do canto lírico, mas mostra claramente o poder da projeção vocal.

“ As orquestras sinfônicas têm parciais frequências (Frequências sucessoras à frequência fundamental) por volta de 500 Hz, decrescendo o nível de pressão sonora em direção aos agudos. O fato de o ouvido humano ser mais sensível aos sons agudos e da amplificação sonora do cantor ser nas regiões de 2.000 a 4.000 Hz explica o porquê deste não necessitar do uso de microfone para ser ouvido sobre uma orquestra.” (PINHO et al. 2007, Temas em Voz Profissional)


                                                                                                                                           Maxwell Silva
                                                                                                                       Pesquisador e Coach Vocal