• Mieolástica = Comportamento “elástico vibratório” das pregas vocais.
• Aerdinâmica = Comportamento das pressões durante a emissão (Fluxo de ar e fluxo sonoro).
Será realizada nessa postagem uma breve abordagem física sobre o comportamento das pregas vocais, tendo relação com o nível de pressão de ar.
Em 2015, o Professor Ariel Coelho fez uma comparação sobre os princípios do efeito coanda com a relação entre o aumento da pressão “sub pregas vocais” (subglótica) e a possibilidade de aderência das mesmas. Refletindo sobre essa argumentação decidi organizar esse texto explicando sobre essa relação.
O objetivo aqui é levar o leitor a juntamente com o vídeo, compreender um pouco mais sobre o que a famosa pressão subglótica que é corriqueiramente corelacionada com o ato de apoiar a voz, pode causar às pregas vocais em vibração, segundo princípios do efeito coanda, influenciando diretamente no nível de fechamento (adução).
Princípios do Efeito Coanda
O Efeito Coanda envolve a tendência de um filete (“partícula”) de um fluido (ar ou água) permanecer unido a uma superfície curva adjacente (superfície próxima com forma de curva). Quando um fluido escoa próximo a uma parede curva, ele tende a aderir à parede. Este efeito acontece também com o ar que escoa em torno da asa de um avião, sofrendo uma deflexão que depende da curvatura da asa. O Efeito Coanda contribui para a força de sustentação da asa. Isso acontece por causa da viscosidade, essa é a propriedade que faz com que o fluido “cole” tanto nas superfícies pelas quais ele passa quanto as suas moléculas, mantendo-se uma massa unida. De fato, pensar em fluidos sem viscosidade é bem estranho: Imagine se a viscosidade da água fosse zero: Você mergulharia em uma piscina e ao tirar a cabeça da água esta já estaria totalmente seca.
Relação com o mecanismo vocal
Segundo os princípios do efeito coanda, quanto MAIOR a pressão do fluído seja ar ou água, em direção a uma superfície de formato convexo ( “a parte de fora da colher”), MAIS essa superfície será sugada, ou seja, maior será a aderência. Com isso, é considerável indispensável no funcionamento natural, a pressão de ar na produção da voz, mas, em consonância é importante entender que aumento de pressão, não significa exagero de pressão. É preciso que a pressão seja suficiente para que a vibração ocorra de forma organizada.
Com um fluxo débil (pressão fraca) a aderência também será débil e quanto maior o fluxo maior será a aderência. Se não houvesse viscosidade nas pregas vocais não teríamos aderência, assim o ar não influenciaria no processo fonatório (Fonação – Produção do som provido da vibração das pregas vocais).
“Precisamos de um fluxo eficiente e não exagerado.”
Links de referência para efeito coanda:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Coand%C4%83
https://ftvieira.wordpress.com/2013/02/17/efeito-coanda/
http://www.sbfisica.org.br/…/publ…/imagens/371-efeito-coanda